terça-feira, 26 de abril de 2011

Happy Ending.


A: Afinal de contas o que acontece quando se tem um final feliz?
B: Não sei.
A: Alguém tem que saber, o que acontece depois?
B: Nunca tive um final feliz.
A: Por que não?
B: Sei lá, cada pergunta.
A: Vai dizer que nunca se perguntou o que acontece depois...
B: Nunca.
A: Eu não entendo, os filmes, os contos, tudo tem um final feliz, por que não se perguntar o que acontece depois?
B: Na vida real nem tudo tem um final feliz, nem sempre as pessoas esperam isso.
A: É por isso então, não acredita em finais felizes.
B: Talvez não deva existir "depois" do fim. Final feliz é onde tudo acaba.
A: Pra ser ter um final feliz tem que ter tido uma vida feliz?
B: Isso mesmo, sem depois, só finais.
A: Eu prefiro pensar que todo mundo tem que ter um final feliz.
B: Talvez tenham.
A: Ou talvez apenas precisem acreditar.

Sandy Quintans

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Sente muito, sente tanto.


Algumas pessoas são mais sensíveis que outras. Sentem muito, sentem tanto. Não julgo quem não transparece ou quem demora mais a sentir, sobrevivência é uma questão importante, e infelizmente o mundo não é azul e muito menos cor de rosa. Por isso, muitas vezes tenho vontade de aplaudir de pé quem realmente sabe demonstrar o que sente. Aplaudir de pé quem sente muito, quem sente tanto.
Se permitir magoar, você deve admitir, não é todo mundo que consegue. Não é pra todos. Se permitir amar á alguém mais do que assim mesmo é quase fábula, é quase conto de fadas. Quase, porque existe também na vida real. Quem se permite tanto assim merece inevitavelmente admiração.
O engraçado é pensar que sempre deveria ser assim. Sentindo muito, sentindo tanto.

Sandy Quintans

terça-feira, 19 de abril de 2011

Colheita.


Reconhecimento é uma questão que acaba não dependendo de você. Essa é a parte chata de fazer e ainda assim não ver a colheita acontecer. Mais chato ainda é perceber que quem não faz é reconhecido por fazer. Detesto a sensação de perceber que o que foi feito ainda não foi suficiente a toda dedicação.
reconhecimento
sm (reconhecer+mento2) 1 Ato ou efeito de reconhecer. 2Psicol Aspecto funcional da memória pelo qual a pessoa tem o sentimento de algo já experimentado ou conhecido. 3Averiguação, exame, verificação. 4 Ato ou efeito de reconhecer como legítimo um governo ou um culto. 5Confissão, declaração de um fato. 6 Galardão, prêmio, recompensa, retribuição. 7 Gratidão por um benefício recebido.8 Ato pelo qual se reconhece a existência de uma obrigação.
Eu nunca fui o tipo de pessoa que prefere receber coisas fáceis, sem luta. Reconheço que cada coisa na vida tem um preço, ás vezes alto, outras vezes  nem tanto. Inevitavelmente passo a me perguntar a razão para nos alimentarmos de uma cultura farta de coisas fáceis e reconhecimentos imediatos á esforços inexistentes.
Também não sou o tipo de pessoa que gosta de olhar para as coisas dos outros, muito menos invejar. Mas não posso deixar de notar que essa coceira que me deu atrás da orelha me diz que falta alguma coisa. É fazer a conta sem chegar ao resultado.
Junto com a coceira percebi também que reconhecimento, além do que o dicionário escreve, é uma coisa que exige tempo. Embora ainda não saiba se o que me incomoda mais é fazer e não ver, ou ver quem não fez ver. Talvez demore, talvez venha.

Sandy Quintans

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Tragédias Evitáveis.


Tragédias acontecem por milhares de razões, e em sua maioria são completamente inevitáveis. Tragédias unem as pessoas e por mas que existam culpados pelo acontecido as pessoas não se apegam muito á esse fato e sim serem solidários com suas vítimas e suas famílias. Tsunamis, quedas de aviões, terremotos, e até loucos que sofriam de bullying na escola e que transtornados atiram em escolas, aqueles que querem vingança.
Eu não consigo aceitar de maneira alguma que uma pessoa saia da sua casa especialmente na intenção de matar crianças. Crianças das quais nenhuma fez nada a essa pessoa. Crianças que apenas estava sendo crianças.Eu não consigo medir o grau de maldade disso. Eu sei que o cara era louco, é até óbvio, mas as vidas daquelas crianças não serão devolvidas só porque um cara LOUCO sai atirando.
Eu tenho uma irmã nessa faixa de idade. Geralmente quando eu chego da faculdade a noite costumamos assistir á filmes juntas. Sempre dormimos no meio. Mas a única coisa que me passa pela cabeça quando eu penso no episódio do louco-matador-de-crianças, eu penso " E se isso tivesse acontecido na escola da minha irmã?".  É se colocar no lugar do outro.
Dentro do meu estomago tem uma coisa estranha sempre que penso nesse história e não vou negar que chorei pensando nisso. Mas é esse nó estomago que me deixou sem palavras pra terminar esse texto. Por isso encerro em silêncio.

Sandy Quintans

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Quando uma pessoa vira um alguém.


Eu costumava perguntar o que realmente era um alguém para as pessoas. Alguém ás vezes parece vago demais, mas eu vejo como algo de importância demasiada. Existem milhares de pessoas no mundo e com certeza você não sabe quem são, são apenas rostos ali jogados, na multidão. Mas cada uma dessas pessoas, que pra você são apenas simples pessoas mesmo, carregam seus sonhos, suas dúvidas, seus prazeres e seus desgostos. Esse rosto que se encara desconhecido pra você e completamente esquecível é um alguém importante pra alguma outra pessoa.
O que sempre parei pra me perguntar foi quando é que a gente olha pra uma simples pessoa e percebe o quão importante ela se tornou. Quando foi que ela virou alguém. Eu de fato não soube responder, isso acaba por ser pessoal. Cada pessoa tem seu tempo, cada pessoa forma o seu alguém.
Foi analisando esses pensamentos, inúteis ás vezes eu confesso, que eu analisei os meus "alguém". E realmente não havia formula, nem sentido. Não existia nenhuma pré seleção. Pessoas são assim, sem formulas e sem padrões, embora ás vezes muito previsíveis. Cada um com seu jeito, sua característica, sua doação ou a falta dela.
Acho que é assim que uma pessoa vira um alguém. Gostando de cada característica. Detestando metade delas. Querendo segurar a mão quando aquela pessoa chuta o balde sem pensar duas vezes. Admirando vê-la abraçar o mundo por causas inúteis, mas sinceras. Lembrar desse alguém quando se deparar algo que ela gostaria. Esquecendo dos seus aniversários. Acho que é assim que uma pessoa qualquer vira um alguém pra se amar. Assim mesmo sem razão.

Sandy Quintans