terça-feira, 16 de agosto de 2011

O Zero à Esquerda.


As pessoas me olham como quem acha que alguém é um zero à esquerda. Não sei explicar. De repente comecei a pensar que devo ser mesmo insignificante. De repente começo a pensar que sou uma decepção na vida das pessoas. Elas deveriam estar esperando algo de mim. Mas pararam. Até em minhas tentativas de agradar eu desagrado.
Eu dou o melhor de mim e ainda sou esquecível. As pessoas não costumam nem lembrar do meu nome mais, agora sou "Stephanie". Eu não sei o que aconteceu. Esses dias eu entrei na comunidade "Eu tinha um futuro promissor". É assim que me sinto. Como alguém que deveria ter feito algo importante e que agora não é nada, nem promissora. Alguém que agora é ínvisivel. Será que devo me chamar "Amanda"?
Me sinto sozinha como alguém que deve ser esquecido. Conheço poucas pessoas que realmente acreditam em mim, e nem preciso dizer que uma delas é minha mãe. Passo os dias pensando qual foi aquele passo decisivo que acabou com tudo. Mas sei que deveria pensar em muitos passos.
Não gosto de discurso de auto piedade, mas não consigo parar de pensar nesse zero do lado errado. O zero que diz que se for apagado não mudará nada além de gasto com tinta. O zero que diz que não fará falta á ninguém. O zero que diz que não há crença de que você possa agregar valor. O zero que diz que tu não vira nem dez reais.
Talvez seja só mau humor.
Sandy Quintans.

domingo, 7 de agosto de 2011

Intolerância.

Em pleno século 21 ainda existem pessoas que acreditam que homossexualidade é uma escolha. Eu não me lembro de em nenhum momento da minha vida hétero pensar "Quero ser gay" e olha que sou uma pessoa indecisa nessa vida. Ainda se gays tivessem algum privilégio pode ser que eu entenderia como uma opção, mas vivemos em uma sociedade machista que ainda acredita que a característica mais marcante de um gay é ser gay.
A maioria das pessoas faz questão de enfatizar que alguém é gay se ele for. Não se conhece pela ótima pessoa que é, nem pela ótima pessoa que não é. Não se conhece defeitos nem qualidades, se conhece por sua opção sexual.
Geralmente sou contra privilégios. Prefiro ver igualdade, igualdade de pele e igualdade de opção sexual. Se todos nós viemos parar aqui do mesmo jeito por que não ser tratado igualmente? Mas a intolerância é grande. E enquanto homossexualidade for tratada como doença ou como opção creio que esta sociedade ainda tem muito o que evoluir.

Sandy Quintans

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O dilema da rotina.


É claro que rotina é uma coisa que desgasta. Só as pessoas sistemáticas apreciam uma boa rotina. De uma forma ou de outra, o tal cair na rotina acaba com muitos relacionamentos. E acaba com muitas pessoas. Quem é que gosta de fazer as mesmas coisas inúmeras vezes por inúmeros dias? Foi então que me encontrei em um empasse.
Nunca fui de rotina, gosto de não ter hora pra acordar, muito menos pra me arrumar. É muito melhor fazer as coisas com calma. De repente minha vida entrou em uma rotina danada. Meus horários entraram nos eixos e a minha correria começou. Uma hora ou outra a gente acaba tendo que correr atrás do pão. Por mais incrível que pareça eu gostei, minha mente ficou mais criativa e meu dia mais produtivo. Mas um dia as férias vieram e minha rotina foi pro saco. Eu fiquei um saco, e tudo virou um saco. Meu namorado que o diga, me ouviu xinga-lo um mês inteiro. Pareceu uma eterna TPM.
Depois disso entrei no dilema da rotina. Estou na dúvida se a adoro ou se a detesto. Na verdade acho que acabei percebendo que não sou mais tão adolescente quanto pensei. Adulto que gosta de ser rotineiro. Gente velha que gosta de fazer a mesma coisa todo dia. Old People.

Sandy Quintans