tag:blogger.com,1999:blog-1016571003422299402024-03-12T20:31:57.410-03:00Essa boneca tem manual.Essa Boneca Tem Manual...Sandy Quintanshttp://www.blogger.com/profile/08741430283623429524noreply@blogger.comBlogger601125tag:blogger.com,1999:blog-101657100342229940.post-51196288032950031522018-08-26T15:24:00.001-03:002018-08-26T15:24:58.490-03:00As coisas que a gente não diz<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://data.whicdn.com/images/177536720/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="332" data-original-width="500" height="265" src="https://data.whicdn.com/images/177536720/large.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
A semana começa e é domingo de manhã. Chove. Mais do que costuma chover na Irlanda, o que chega a ser um comentário meio bizarro. Afinal, chove sempre na Irlanda. Meu único meio de transporte pro trabalho é minha bicicleta, que comprei no meu primeiro mês aqui e tem sido minha amiga de todo dia. Ou de quase todo dia. E eu não pedalava no Brasil. </div>
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<br /></div>
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Domingo de manhã é meu horário preferido pra pedalar. O mundo fica tão calmo que parece que as ruas pertencem só a mim e a minha bike. Mas hoje eu não quero, até pagaria alguém pra me teletransportar pro trabalho. Eu sei que vou chegar ensopada, mesmo usando minha capa de chuva. Se fosse no Brasil seria pior, eu lembro. Aqui chove sempre, mas não é de verdade. A chuva não tem cheiro e quase sempre é uma garoa mínima.<br />
<br />
No trabalho eu prefiro não conversar com ninguém. As pessoas podem achar que é porquê meu inglês é básico, mas não é. É muito mais preguiça de engajar numa conversa com gente que parece mais desinteressada que eu. Me perguntam como eu tô e respondem como eles estão sem esperar eu dizer uma palavra. Conversam sobre como tá o dia. O que eu queria mesmo era das umas risadas com os colegas de trabalho, mas as piadas deles não têm a menor graça. Obviamente nem as minhas pra eles. Também não gosto dos meus gerentes.</div>
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<br /></div>
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Lembro desse sentimento de não gostar de boa parte dos meus superiores no Brasil também. Mas é que algumas coisas não mudam, não importa que lugar do mundo a gente tá. Ser pobre no Brasil é ser pobre em qualquer lugar. Ser introvertido também. E a vontade de querer botar ordem na empresa também. Trabalhar de domingo é chato em qualquer lugar. O que muda é a dignidade. As coisas que a gente pode fazer. </div>
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<br /></div>
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Eu tento não reclamar de ter que trabalhar. Mas é difícil. Eu começo a semana sabendo que vou esperar mais cinco dias pra ter uma folga, que meus próximos dias vão ser corridos, que eu e meu namorado não teremos tempo livre essa semana. Minha gerente é dona da minha agenda. Mas isso também é coisa da qual eu não devo reclamar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Tem uma porção de coisas que a gente não diz pra ninguém. Por medo. Medo de acharem que você não é grata. Tem outras milhares que a gente acha que não tem valor. Mas não dizer é fazer desaparecer. Eu respiro. E a semana segue, comigo pensando em todas as coisas que não vou dizer.<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">
<i>(Mas que coloquei em um texto) </i></blockquote>
</div>
</div>
Sandy Quintanshttp://www.blogger.com/profile/08741430283623429524noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-101657100342229940.post-88021691310231224432017-10-22T08:39:00.001-02:002017-10-22T08:41:18.654-02:00Todas as formas de voltar pra casa<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-WFDBzKcDRy0/Wex1UhdRXTI/AAAAAAAAHbs/bitmLDJknx4DeYAbRWUA7BPumD9LFExxACLcBGAs/s1600/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="335" data-original-width="500" height="267" src="https://4.bp.blogspot.com/-WFDBzKcDRy0/Wex1UhdRXTI/AAAAAAAAHbs/bitmLDJknx4DeYAbRWUA7BPumD9LFExxACLcBGAs/s400/large.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
De
alguma forma inexplicável sair de casa é uma forma de arrumar uma
desculpa pra poder voltar. Existe uma expressão em inglês, que sempre me
perguntam se eu estou sentindo, que é "homesick". Sempre que escuto
isso minha cabeça traduz como "doente demais a ponto de querer ir pra
casa". Eu também entendo como sendo uma versão do que é nossa querida
palavra sem tradução "saudade". </div>
<br />
Por muito tempo no intercâmbio - que logo completa nove meses, uma gestação - não senti saudade de casa. Acho que as primeiras semanas foi um período complicado de ajuste e depois virou um sentimento de que não havia muito para que voltar. Só depois de muito tempo longe de casa que me deu uma vontade forte de voltar pra lá. A vida fora dela já não era tão emocionante, embora fosse, porque eu estava atolada no pensamento de que só queria estar por um dia lá. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Minha cabeça se ocupava em imaginar as minhas conversas com cada familiar meu, mesmo que conversar nunca foi o meu forte. De criar na minha imaginação o cheiro da comida da minha mãe e do meu pai. De jogar uma partida de um jogo qualquer com meus irmãos, que provavelmente eu fosse perder, mas que fazia parte do ritual todo. Só um dia. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A verdade é que não havia a vontade de querer voltar pra casa pra sempre. Era mais um sentimento de conforto que eu buscava na grandeza do mundo e do cansaço do meu esforço pra transformar o lado de fora em lar. Era uma cansaço que me fazia pedir uma pausa básica, só pra descansar. Mas as circunstâncias não me permitiam parar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não conseguia parar de pensar na minha família, no quanto eu queria que eles estivessem vivendo comigo o maior feito da minha vida até aqui. Era só isso, a companhia. Nesses pensamentos eu ignorava que todo o meu esforço havia conquistado realizações e que de fato algo havia sido construído e o lado de fora já podia ser chamado de casa. Mas ainda havia um desajuste. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A gente só queria um abraço, sentir o cheiro da nossa casa uma vez, pra ter forças pra continuar do lado de fora. E assim a gente volta pra casa, só que dentro de nós. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Sandy Quintanshttp://www.blogger.com/profile/08741430283623429524noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-101657100342229940.post-3089486427070588252017-07-16T17:39:00.001-03:002017-07-16T18:07:12.146-03:00Vivendo aleatoriamente<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://68.media.tumblr.com/37d505451e05a3d2e1d3cab6c596d9d0/tumblr_or1q7w2Z551ssqam8o1_500.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="332" data-original-width="500" height="265" src="https://68.media.tumblr.com/37d505451e05a3d2e1d3cab6c596d9d0/tumblr_or1q7w2Z551ssqam8o1_500.gif" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu tive que pensar em casa. Na vida que eu deixei quando fiz minhas malas. Há seis meses, eu estava decidida a dar adeus a tudo que eu conhecia. Tive que pausar um ciclo que fez com que eu sentisse que vivia um limbo sem fim, nessa coisa de tentar entender mais ou menos o que é esperado. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu me lembro como se ainda estivesse acontecendo, de tão vívido, <a href="https://medium.com/@sandyquintans/a-foto-do-pr%C3%A9dio-vista-do-alto-779ae32cb409" target="_blank">de estar encarando a tela do computador</a>, sem entender muito bem os caminhos que minha vida iria tomar. Sem entender muito bem qual era a graça daqueles momentos de sonhos, sem grandes realizações. Bem, ninguém nunca havia dito que conquistar coisas fosse fácil, embora algumas façam parecer que sim, né? Eu pensei muito e muito no peso das minhas decisões e de certa forma preparada pra que isso pudesse implicar.</div>
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<br /></div>
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Mais o que nunca havia compreendido era como seria levar uma vida em um país completamente novo, numa cultura inteiramente diferente. Viver ficou descomplicado, justamente no momento mais complexo da minha existência. Eu estive presente. Sem futuro, sem passado. Apenas respirando, inspirando, absorvendo. Cada pedaço da existência daquilo que só existiu por muito tempo dentro da minha cabeça. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em algum ponto desses tempos loucos, eu apenas parei de ter medo. E fiquei. Mesmo que às vezes machuque pensar em casa e nas coisas boas que ficaram pra trás e que não couberam nas minhas malas. Ainda que muitas continuem existindo dentro de nós. </div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
</div>
Sandy Quintanshttp://www.blogger.com/profile/08741430283623429524noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-101657100342229940.post-69819303465602116642017-02-12T18:41:00.000-02:002017-02-12T18:41:17.291-02:00Até mais<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-dEBCijLuDFg/WKDHkPv8QuI/AAAAAAAAHFE/8ll_jNdqT5QiRMwhU7cVPlE1lomsZZl3ACLcB/s1600/giphy.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://4.bp.blogspot.com/-dEBCijLuDFg/WKDHkPv8QuI/AAAAAAAAHFE/8ll_jNdqT5QiRMwhU7cVPlE1lomsZZl3ACLcB/s400/giphy.gif" width="400" /></a></div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nesses dias aí completei duas semanas de intercâmbio. O engraçado é que parece muito com dois meses, de tantas experiências e coisas novas ao mesmo tempo. Vamos dizer que em um contexto geral a vida foi 50%, ás vezes feliz, outras tristes. Por mais que tivesse pensado nisso, não tinha levado à sério que <b>embarcar numa jornada é se despedir de quem somos</b>. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu coleciono filmes de experiências transformadoras (que até já <a href="http://www.prontousei.com/2015/06/6-filmes-sobre-jornadas-incriveis.html" target="_blank">compartilhei algumas escolhas lá no outro blog</a>), mas nunca havia me enxergado para viver algo assim. Sempre fui uma observadora. Eu havia aceitado tanto o marasmo (que eu amo) que demorei uma semana pra entender que estava em outro país e ali seria minha casa dali pra frente. Aquilo ali não era uma viagem de férias, <b>era toda uma transformação que acontecia em todos os segundos</b> desde que saí do avião.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando peguei minhas malas e meu namorado pra estudar inglês do outro lado do oceano não sabia que eu iria enterrar o que eu era até o dia 27 de janeiro de 2017 - no momento em que me despedi daqueles que amo no aeroporto. <b>Em duas semanas, tive que aprender não apenas um novo idioma, mas como fazer absolutamente tudo</b>. Comer, se vestir (afinal, estou vivendo um inverno real pela primeira vez), beber café, se locomover, ir ao banco, nome das ruas, direções, costumes e uma infinidade de coisas que fazemos todos os dias sem perceber. Tudo ficou com cara de coisa nova, algo que nem sempre é fácil para aqueles com problemas de adaptação como eu. </div>
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<br /></div>
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É voltar até aquela fase em que aprendemos a andar. Eu não sabia que encontrar a Sandy de alguns anos atrás, uma velha conhecida minha que era tímida demais pra ter amigos e que tinha medo da vida. Mas por sorte, quando eu deixei ela pra trás eu também aprendi a superar o que me afligia, aprendi a ter <b>coragem</b>. </div>
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<br /></div>
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É por isso que espalhamos pelo mundo de que é melhor juntar dinheiro pra viajar. Porque <b>embarcar é reconhecer o nosso redor e aprender muito sobre a nossa essência</b> e do lugar em que consideramos o nosso lar e de onde está o nosso coração. Mas isso tudo não é uma regra de vida, é só um conselho. Por isso, tem tanta graça.</div>
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<br /></div>
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E agora eu sigo, nesse misto de despedida e de reconhecimento.</div>
</div>
Sandy Quintanshttp://www.blogger.com/profile/08741430283623429524noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-101657100342229940.post-21730158291362244812016-12-28T11:58:00.000-02:002016-12-28T11:58:07.240-02:00Horóscopo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-oN6cZ8GRJOk/WGPEJkd59pI/AAAAAAAAHEE/ElG6z7z9S1cqm0mAj4vYgbs81TEsI6yUwCLcB/s1600/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="276" src="https://3.bp.blogspot.com/-oN6cZ8GRJOk/WGPEJkd59pI/AAAAAAAAHEE/ElG6z7z9S1cqm0mAj4vYgbs81TEsI6yUwCLcB/s400/large.jpg" width="400" /></a></div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Comecei a ler as previsões dos astros para o meu 2017, mesmo que na pática eu não acredite nisso. Tornou-se um passatempo divertido ler astrologia pra depois fazer um balanço sobre o que de fato aconteceu e rir das coincidências. Susan Miller fez a retrospectiva: "Em 2016 você se tornou mais otimista". Dei risada daquela que tinha sido a maior constatação do meu ano, porque de fato era o que acontecia. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Foi em 2016 que assumi que sim, sou uma otimista, já não dava mais pra negar. Foi em cada cagada que aconteceu que tive que respirar e pensar: "<b>tudo bem, eu posso conseguir resolver isso</b>". E seguir. Justamente por tanta coisa errada que a parte 2 de 2015 (convenhamos, é o que é 2016) reservou pra gente, que tivemos que aprender a fazer algo melhor que uma limonada com os limões.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu não estou dizendo que foi um ano fácil, pelo contrário, duvidei da minha sanidade em diversos momentos e deu uma vontadezinha doida de desistir, de parar de acreditar. <b>Mas todos os dias são de luta.</b> E sempre foi assim, independente dos números do calendário. </div>
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<br /></div>
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Minha breve retrospectiva sobre o que aconteceu nos últimos 26 anos me diz que encontrei muita coisa boa depois de outras que achei que não iria consegui superar. Vamos admitir e abraçar o fato de que coisas boas acontecem nos lugares mais improváveis. Foi assim que fiquei <b>mais forte</b>, que parei de ficar lamentando e espelhando a minha vida na dos outros. Essa vida é minha e só minha, por isso <b>não tenho medo</b> de que dê errado. A gente arruma depois o que tiver que melhorar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Detesto auto ajuda, mas estou aqui escrevendo um texto tão otimista que acabou virando algo sobre conselhos da vida pra te dizer que podemos acreditar mais e se desesperar menos, porque quase tudo na vida tem jeito. Só precisamos de uma mudança de perspectiva.</div>
</div>
Sandy Quintanshttp://www.blogger.com/profile/08741430283623429524noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-101657100342229940.post-74660652588175528202016-12-05T12:14:00.002-02:002016-12-05T12:14:51.171-02:00Na vitrine<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-n8WOMja5wZQ/WEV0SZZAfiI/AAAAAAAAHD0/pp2AbYB-vbUBGtFcZi_lcH5wZOfw-tMCgCLcB/s1600/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://4.bp.blogspot.com/-n8WOMja5wZQ/WEV0SZZAfiI/AAAAAAAAHD0/pp2AbYB-vbUBGtFcZi_lcH5wZOfw-tMCgCLcB/s400/large.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
Eu passei os últimos anos imaginando como minha vida seria a partir daqui. A aproximação da despedida de como eu vivo agora me faz pensar que as coisas não eram assim, tão ruins. Só me faltava perspectiva. Eu não pensei que chegaria até aqui e duvidei da minha capacidade de transformação muitas vezes. Agora olho pra tudo com o olhar de despedida e aquilo que antes me afligia agora me enche de emoção. É como assistir a vida através de uma vitrine. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
O curioso é que metade de mim continua dentro da vitrine, me matando de vontade de sair de vez. De sentir saudade de como era a minha vida até aqui. Eu cheguei a um nível em que já não era mais possível prosseguir da mesma forma. Eu precisava de uma mudança que chacoalhasse meu mundo completamente, até que finalmente consegui.<br />
<br />
O tempo é tão perfeito que as perspectivas de transformação não me assustam, como normalmente aconteceria. Eu preciso sempre processar as coisas novas e isso pode demorar eras inteiras. Mas, no momento, não sinto nenhuma preocupação com as incertezas do meu próximo passo. Simplesmente, eu sei que <b>é o que eu preciso fazer.</b><br />
<br />
Então, <b>eu só vou</b>. Sem pensar.<br />
<br /></div>
Sandy Quintanshttp://www.blogger.com/profile/08741430283623429524noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-101657100342229940.post-33402045535253964292016-09-09T12:08:00.001-03:002016-09-10T21:40:29.004-03:00Grey days<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://66.media.tumblr.com/95a810140c10329719ab0616d2a63e2b/tumblr_nau558FjtA1s8qfmlo1_500.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://66.media.tumblr.com/95a810140c10329719ab0616d2a63e2b/tumblr_nau558FjtA1s8qfmlo1_500.gif" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dias nublados me deixam bem. Eu tenho aquela sensação de nostalgia que me leva até dezembro. As fotos da minha infância aconteceram em dias de tempo fechado. Se me concentrar o suficiente posso sentir o cheiro do mormaço. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As lembranças que surgiram em minha mente após a morte da minha vó me enchiam de tristeza. Mesmo que fosse pra lembrar da época mais feliz da minha vida. A tristeza vinha com a saudade, daquilo que nunca poderei tocar outra vez. Aqueles dias brilhantes, de céu nublado. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu supero meus dramas, porque revisitar o passado me derruba. E eu não sei estar no chão, embora comece a me acostumar com o sentimento. Eu queria entrar na minha capsula do tempo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estou vivendo dias cinzentos demais. Não são dias nublados, são dias de cor cinza. Acordar pela manhã me deixa cansada, a rotina de maus hábitos me massacra, a energia das pessoas me deixa sem a minha. Tenho convivido com um sentimento de fracasso que nem mesmo sei se existe ou se mora no meu inconsciente. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E não é que não quisesse a minha vida. Apenas gostaria de uma versão diferente. Essa daqui não é aquilo que minha infância merece. Eu sei que não. E ainda assim preciso de muito mais força pra executar as coisas mais simples do que necessitava há alguns meses. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É uma fase ruim. Aos poucos, começo a entender isso. Me forço a vivenciar as coisas que me deixavam bem, mesmo que aquilo não seja a minha vontade. Eu sei que o resultado de satisfação depois disso vai me deixar radiante. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Sandy Quintanshttp://www.blogger.com/profile/08741430283623429524noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-101657100342229940.post-48460299864046669792016-08-23T11:16:00.000-03:002016-08-23T11:24:33.946-03:00Funeral<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://media.giphy.com/media/N7quU2Cs1dFzW/giphy.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="168" src="https://media.giphy.com/media/N7quU2Cs1dFzW/giphy.gif" width="400" /></a></div>
<br />
O dia ficou cinza. De alguma forma, quem controlava o tempo também estava triste. A tempestade daquele último momento refletia o meu humor, mas também trazia paz. Aquela água lavava as nossas almas. De alguma forma havia o pensamento que me reconfortava, o de que não houve sofrimento.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não gosto de surpresas. Nem mesmo das boas. Não demorei muito a perceber que situações inesperadas me deixavam mais nervosa do que a outras pessoas. E admirava a capacidade de amar ser surpreendida. Não foi à toa que o telefonema no meio da madrugada me derrubou. Minha avó materna havia falecido. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na prática, eu conheço poucas pessoas que morreram. Talvez, por isso, que a morte seja o enigma que nunca resolvi. A sensação de que nunca mais irei ver alguém me deixa atordoada. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A vida tem dessas pregar peças. Minha vó não tinha nenhuma doença, era uma das pessoas mais ativas e inquietas que já conheci. E um dia, sem mais nem menos, seu coração parou. Deixando pra trás uma legião de pessoas como legado. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Amava quando ela me contava todas as aventuras do forró no último final de semana. Aquele que ela não convidava ninguém pra ir junto, mas que não deixava de conseguir pretendentes. Também adorava provoca-la. Era divertido fazer com que ela ficasse brava, porque nunca realmente ficava. Ela se divertia também. Tão doida que só poderia ser minha vó mesmo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nunca era monótono estar com ela. Havia sempre uma história, uma risada, uma ideia maluca. Acho que por isso preferiu ir de uma vez. Sem despedidas, sem enrolação. Quando queria ir, tinha pressa. E também foi assim que ficou mais difícil dar adeus. É triste imaginar um mundo sem a árvore mais antiga e vibrante do nosso pomar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É ainda mais triste pensar que foi cedo demais. Ainda havia tanto pra gente rir. </div>
Sandy Quintanshttp://www.blogger.com/profile/08741430283623429524noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-101657100342229940.post-78967257314072976642016-07-30T12:58:00.000-03:002016-08-01T08:53:53.551-03:00Não vou me adaptar<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://m.popkey.co/46fc33/X7RZ5_f-maxage-0.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://m.popkey.co/46fc33/X7RZ5_f-maxage-0.gif" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Eu não lembro ao certo qual foi o momento que eu decidi que não iria beber. E quando digo isso, me refiro a bebidas alcoólicas. Não sei se meu inconsciente sempre soube ou se foi uma decisão tomada. Posso demorar a tomar certas decisões na vida, mas quase nunca volto atrás. E é assim até agora, aos meus 25 anos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Meus pais sempre foram da galera e normalmente estavam dando algum tipo de festa ou realizando comemorações, desde a minha existência neste planeta. Então cresci no meio de toda aquela gente alegre, que ia ficando mais feliz a cada latinha de cerveja nova que pegavam. Eles compravam a felicidade por alguns centavos e é o que acontece até hoje. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não estou dizendo que meus pais são a razão pela qual eu preferi deixar de lado a bebida, mas provavelmente contribuíram muito pra isso. Tenho certeza de que não tivesse sido minha decisão desde o princípio da coisa toda, mais tarde eu a teria tomado. Veja bem, outras pessoas que tiveram exatamente a minha criação nesta família optaram por continuar assim e são perfeitamente felizes.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Acontece que ver as pessoas precisando mudar o seu comportamento me incomoda. Todo mundo me conta suas histórias de quando estavam bêbados e tomaram determinada decisão. Seguem justificando seus problemas baseados na coragem que o álcool as dá e coisas assim. Me dizem que as coisas são muito melhores e que lidar com suas vidas fica muito mais fácil. É uma fuga. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Isso me faz lembrar uma outra história, a de Amy Winehouse. Quem assistiu ao documentário dela (que tive o prazer de recomendar <a href="http://www.prontousei.com/2016/01/documentarios-do-oscar-amy-winehouse-e.html" target="_blank"><b>aqui</b></a>), vai entender o que estou falando. Em determinada parte do filme, Amy é indicada ao Grammy de 2008 e recebe de sua família e do pessoal que cuidava de sua carreira a condição de participar da premiação se estivesse sóbria. <i>Sem drogas pra você hoje, Amy</i>. Bem, ela realmente recebeu seu prêmio e conseguiu ficar limpa por aquele período. Mas há uma narrativa de sua amiga que conta que quando ela foi parabenizá-la, Amy simplesmente disse: </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<i>"Jules, isso aqui não tem graça sem drogas"</i></blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu não quero que minha vida perca a graça. E não quero fugir dos meus sentimentos, das coisas ruins, das boas, que eu deixe de ser algo que eu não sou. E provavelmente esse foi sempre o medo que eu carreguei no fundo de mim enquanto eu via os amigos dos meus pais bebendo cada latinha de cerveja atrás da outra. E é esse o mesmo medo que eu tenho agora mesmo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A ideia de antidepressivos e anticoncepcionais, assim como com drogas também me causam esse tipo de medo. Entendo completamente a importância dessas coisas, tanto política, quanto pra saúde mental das pessoas. Mas é como anestesia. Vão te impedir de sentir coisas pra que você não sofra. O que não quer dizer que não esteja ferido. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estamos há anos conversando neste blog sobre o quanto sou feliz sendo quem eu sou e que não tenho a necessidade de me adaptar e ser como todo mundo espera que seja. Bem, a grande verdade disso tudo é que não confio na massa, não completamente. Juntos podemos ser mais fortes, mas também somos mais frágeis. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É o mesmo todo mundo que leva pessoas como Amy Winehouse a desistir, que faz que com milhares de meninas sofram todos os dias, que outras dezenas de pessoas sejam infelizes no trabalho, que centenas de outras achem que não é suficiente. A ideia de normalidade causa isso nas pessoas e quanto a isso prefiro não fazer parte. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu não vou me adaptar a coisas que não ache que sejam boas pra mim. Não quero fazer parte de uma história de destruição. Não vou buscar uma anestesia porque me disseram que é muito mais fácil assim. Porque eu não quero fácil, não quero ter medo da dor, do sofrimento. O que tenho medo é da facilidade, do que não é real. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu não preciso me adaptar. E isto é uma certeza. </div>
<br /></div>
Sandy Quintanshttp://www.blogger.com/profile/08741430283623429524noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-101657100342229940.post-86692731206228126952016-07-14T14:54:00.001-03:002016-07-14T14:55:16.546-03:00Really good times for a change<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-bCOIElaT93g/V4fRmQHI3YI/AAAAAAAAHAA/OM-BgANPkvQAHrSHKwf4THXhVvCJfMYBACLcB/s1600/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="263" src="https://3.bp.blogspot.com/-bCOIElaT93g/V4fRmQHI3YI/AAAAAAAAHAA/OM-BgANPkvQAHrSHKwf4THXhVvCJfMYBACLcB/s400/large.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu tenho a palavra para o momento da minha vida: desmotivação. Eu esqueci quando foi a última vez em que me senti tão sem vontade na história da minha existência. Acredite, materializar este sentimento neste texto está sendo um mix gigantesco de força de vontade com a necessidade de me expressar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estou faminta por mudança. Estou enlouquecida de vontade de dar adeus pra esse momento da minha vida. Está na hora do próximo passo, está na hora do move on. Estamos na hora da próxima fase desse jogo. Eu quero uma vida nova de novo outra vez. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A comida não tem sabor, a música não faz o mesmo efeito, os filmes me dão preguiça, a leitura não rende, a rotina me cansa. O problema não são as coisas que fazem parte de mim. Elas ainda são minhas. É essa desmotivação, que me enche de tédio e que acaba comigo. Que me destroça, que me tira do eixo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E então, vida, qual será a nossa próxima aventura?</div>
<div>
<br /></div>
Sandy Quintanshttp://www.blogger.com/profile/08741430283623429524noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-101657100342229940.post-61947384236982879082016-03-19T15:10:00.002-03:002016-03-19T15:10:50.068-03:00Playlist<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/134647580/large.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/134647580/large.gif" height="201" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estava sentada bem no meio do carro, cercada de pessoas que não costumava concordar em nada. Lá fora escuro, com exceção dos faróis dos carros que surgiam na estrada. O sentimento era um velho conhecido meu, o de vazio. O problema era a playlist.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />Conforme o carro avançava na estrada, aquelas músicas da minha vida rolavam no pé do ouvido. Me transportando pra cada fase que tinha encarado até aqui, desde a infância. O problema era a playlist que trazia as canções preferidas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />Aquele sentimento de déjà vu que te faz perceber que um dia você se sentiu plenamente feliz em algum momento. E não tem a ver com não estar feliz. É só que depois que a gente cresce não dá pra se sentir tão pleno assim. A playlist errada me transformava em um mar em ressaca.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />É reconhecer os sonhos de uma vida que você teve e que largou em algum lugar no caminho. É lembrar que um dia sonhou. E que passou a viver um arroz com feijão de baixas expectativas. Porque em todos os dias há uma nova decepção pra encarar. Essa playlist errada era pra me reencontrar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />O problema é que o encontro me fez sentir vazia. Sem nada. Sem sonhos. Sem o principal de mim e da minha essência. Porque todos os dias é acordar e me chutar pra dentro do baú pra que caiba ali bem apertado, sem deixar a porta aberta, pra que ninguém perceba o que eu posso ser. E que agora não sou nada. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br />Aquela playlist me derrubou. Mas a verdade é que já estava no chão. </div>
<div>
<br /></div>
</div>
Sandy Quintanshttp://www.blogger.com/profile/08741430283623429524noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-101657100342229940.post-75568618712813126842016-03-01T12:48:00.000-03:002016-03-01T12:48:31.980-03:00As chuvas de março voltaram <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/226465096/large.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/226465096/large.gif" height="225" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No final de semana eu desmoronei e fui muito bom. Sabe quando você acorda no dia seguinte renovada? Foi exatamente assim que me senti. Depois de recuperar o meu bom humor, me senti animada com as coisas, estava plenamente decidida a não deixar que nada, absolutamente nada, me tirasse esse sentimento. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Este é o tipo de coisa que não podemos decidir, porque o universo não conspira a nosso favor. Minha boa fase durou apenas dois dias. Está aberta a temporada do mau humor novamente por aqui. Afinal, eles estão dispostos a derrubar os nossos castelos, como se fossem de areia. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dito isso, agora já não tenho mais vontade de conversar. Não importa o quanto a gente trabalhe para que as coisas deem certo, sempre há algo disposto a nos atrapalhar. Vamos esperar que coisas boas aconteçam. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Sandy Quintanshttp://www.blogger.com/profile/08741430283623429524noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-101657100342229940.post-87303857926529419162016-02-26T11:23:00.000-03:002016-03-08T17:12:06.440-03:00Esquecimento<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-2U_VLgbyyb8/VtBfFdJt_ZI/AAAAAAAAG0k/ICvBCP9wYiU/s1600/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="190" src="https://1.bp.blogspot.com/-2U_VLgbyyb8/VtBfFdJt_ZI/AAAAAAAAG0k/ICvBCP9wYiU/s400/large.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu sinto que me afastei de mim. Não é estranho estar junto com você todos os dias e mesmo assim ter o sentimento que talvez não se conheça mais? Tem momentos que me sinto assim. Parece que fiquei observando o meu redor por tanto tempo, que parei de prestar atenção nas coisas que realmente importam. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Lembram? De que eu não sou todo mundo e por muitas vezes fiz questão de que fosse assim. Eu aceito as pessoas por seus gostos e jeitos e tem horas que absorvo tanto tudo aquilo que esqueço que não faz parte de mim e que não está me fazendo feliz. Esqueço também que não é pra eu ficar esperando retribuição pelas coisas que faço pelos outros, porque não é isso que eu sou.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tem dias que eu esqueço minhas músicas preferidas, por dar tantas chances a lista de canções de um outro alguém. E percebo que me sinto vazia, porque aquilo não me diz absolutamente nada sobre quem eu sou. E percebo também que nunca fiz questão de integrar as coisas que gosto na vida de outras pessoas, me dou bem com isso. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em outro dias me sinto tão desconectada por dentro, que quando me surge tempo livre, esqueço o que normalmente me faria feliz naquele momento. Eu não quero se esquecer de mim. Por nenhum momento sequer quero deixar de ser eu mesma. Porque eu sei que cada partezinha de mim, constrói aquilo que eu conheço. Tudo é importante, até mesmo aquele fio de cabelo branco que insisto em cobrir. </div>
Sandy Quintanshttp://www.blogger.com/profile/08741430283623429524noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-101657100342229940.post-6268410576257075342016-01-08T15:44:00.001-02:002016-01-08T15:44:39.620-02:00Sem mudanças<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-x98CEqaRwFs/Vo_1gM-1z8I/AAAAAAAAGnI/M3kRbeEAOIo/s1600/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="301" src="http://4.bp.blogspot.com/-x98CEqaRwFs/Vo_1gM-1z8I/AAAAAAAAGnI/M3kRbeEAOIo/s400/large.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
É o primeiro dia do ano. Obviamente, nada mudou. Não achei que mudaria. O ano começou do mesmo jeito que terminou o anterior: sem definição. Eu continuo não querendo não esperar que as coisas caem do céu, porque - na verdade- elas nunca caem.<br />
<br />
As mesmas coisas que tiravam do sério ontem, no que passou, ainda estão aqui. A vida não se modifica, se as pessoas não quiserem. Elas não querem.<br />
<br />
O problema sou eu. Sou eu quem se estressa com a atitude dos outros, que me chateio quando não cumprem com o combinado, quem não gosta de surpresas. O problema é mesmo eu, que desta vez não se preocupou em se adaptar.<br />
<br />Sandy Quintanshttp://www.blogger.com/profile/08741430283623429524noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-101657100342229940.post-85985726713495417072015-10-09T13:08:00.001-03:002015-10-09T13:08:05.090-03:00Nublado<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/202797451/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/202797451/large.jpg" height="300" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Eu tirei uma foto do céu. As nuvens estavam tão carregadas que pensei que se me esticasse o suficiente, poderia toca-las. Achei que fossem desabar na minha cabeça. Gostei tanto daquelas nuvens que percebi que era assim que eu me sentia, cinza, sobrecarregada, cansada e prestes a desmoronar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu tinha me esquecido como era ter dias ruins. Só nas últimas semanas eu tive uma coleção completa deles e acho que me esqueci de como era se sentir assim, principalmente por tanto tempo. Eu busco a resposta na minha cabeça, ela não vem. Não consigo pensar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando minha mãe me perguntou o que tava de errado, desmanchei. Chorei por mais de uma hora, praticamente sem conseguir respirar e não tinha respostas. Tinha desespero por nunca mais parar de chorar e ficar trancada pro resto da vida. Daí lembrei de quando meu pai me disse que as pessoas tinham limites de lágrimas. Chorei por medo de não poder chorar mais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tinha razões pra estar assim. Mas sentia que não possivelmente nada disso fosse o motivo pra desabar. Senti saudades de mim. Senti saudades de equilíbrio. Senti saudades de reconhecer as coisas ao meu redor. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu amei aquelas nuvens. </div>
<br />Sandy Quintanshttp://www.blogger.com/profile/08741430283623429524noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-101657100342229940.post-77605704976823642492015-09-04T12:52:00.004-03:002015-09-04T12:52:34.420-03:00Quando o mundo desmorona, não é aos poucos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/197439902/large.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/197439902/large.gif" height="291" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Fazia muito tempo que eu não me sentia mal, como eu estou essa semana. Eu relevo muito coisa, perdoo fácil, deixo passar, mas hoje é um dia que não consigo enxergar isso em mim. Não tenho ideias que me animam, perspectivas que me motivam. Parece que só estou vendo o lado ruim de tudo. Que de realista, passei pra pessimista. Parece que quando é pra desmoronar, é pra ser de uma vez. Que a avalanche não vai te deixar correr. E não sei como reagir assim, a não ser deitar e esperar que o céu esteja claro mais uma vez.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Sandy Quintanshttp://www.blogger.com/profile/08741430283623429524noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-101657100342229940.post-48888556186161837292015-07-29T12:41:00.002-03:002015-07-29T12:43:52.884-03:00O improvável<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/191526511/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/191526511/large.jpg" height="265" width="400" /></a></div>
<br />
Eu estava incomodada há semanas, provavelmente meses. Não fazia ideia de qual era o nome do sentimento que me atrapalhava. Pra ser sincera, ainda não sei. Ou talvez eu saiba. Estava no Twitter quando me deparei com a seguinte frase: "<a href="https://twitter.com/lovemaltine/status/624773129043357696" target="_blank"><span style="color: orange;">como é difícil não gostar de alguém que a gente ama, né?</span></a>".<br />
<br />
Era isso. Talvez a palavra fosse decepção, poderia também ser tormenta. Mas era algo que agarrava meu coração e esmagava. Esmaga, não no passado. E eu ainda não sei qual é o nome da palavra que me aflige, mas eu já conheço o sentimento por certo tempo. Provavelmente, por tempo demais. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Pode parecer incoerente, eu realmente não acreditaria nesta colocação, mas é possível não gostar de alguém que a gente ama. Porque amar implica em admiração, em achar incrível. Foi justamente a admiração que me deixou, deu lugar à desconfiança. E já teria sido muito se acontecesse apenas uma vez na vida. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Nem tudo que nos faz mal podemos deixar pra trás. Não é toda caneta que pode riscar alguém pra gente, porque há laços que são tão profundos que não se pode saber a origem. Eu amo alguéns de que não gosto, de que deixei de gostar.</div>
Sandy Quintanshttp://www.blogger.com/profile/08741430283623429524noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-101657100342229940.post-37197265305535804892015-07-17T23:42:00.000-03:002015-07-17T23:47:44.322-03:00Sementes de nós<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-U7VT4bD3NNM/Vam8-HWoy-I/AAAAAAAAGjs/AbGPvd32J2s/s1600/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="273" src="http://4.bp.blogspot.com/-U7VT4bD3NNM/Vam8-HWoy-I/AAAAAAAAGjs/AbGPvd32J2s/s400/large.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Houve um tempo em que eu não conhecia o meu lugar no mundo. Bem, como todo mundo. Eu não me enxergava como alguém que poderia ser bonito, como alguém pudesse receber amor, além daqueles dado pelas amigas. Eu não acreditei que eu fosse ser como todas as outras pessoas. Na verdade, eu nunca me tornei o todo mundo, mas isso não quer dizer que eu não tenha me encontrado e me aceitado. Aquele primeiro beijo veio mais tarde, o namorado também e a primeira vez, nem se fale. Sabe, olhando de longe isso tudo agora parece lindo, porque eu aprendi que tudo o que acontecia na vida de todo o planeta não necessariamente tinha que acontecer comigo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E foi assim que comecei a questionar cada um “tem que” que me apareceu. Eu não precisava ir naquela festa que os amigos adoram, se eu não quisesse. O mesmo vale para as bebidas alcoólicas, porque essas regras são as minhas. Decidi que casar de véu e grinalda não era uma regra e um sonho pra mim, porque acreditar em um sonho que te foi designado a sonhar sozinho, não era bem uma realização pra mim. E lá atrás, antes de escolher grande parte dessas coisas e provavelmente influenciada por Angelina Jolie, eu decidi que queria adotar uma criança.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Simplesmente eu não conseguia aceitar colocar mais alguém no planeta, com tanta gente por aqui precisando de um coração pra morar. E tem o parto, toda aquela fase ~linda~ de amamentação e de ser tratada como um ser mágico, de sabedoria plena, quando a coisa de perto não é bem assim. É claro, isso tudo é realmente maravilhoso para muitas mulheres, mas preciso enfatizar: não pra todo mundo, não pra mim. Esta não é uma aventura que todo mundo pode se aventurar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O problema da decisão de ter filhos — ou de não tê-los - é que é um passo que não se toma sozinho. Não é bem da sua vida que está cuidando apenas, em vários sentidos. E eu realmente acredito que é possível ser feliz com outra pessoa sem dependência, porque eu vivo isso com meu namorado, todos os dias ou boa parte deles. Por quê? Porque eu também decidi lá atrás que um relacionamento não precisava ser baseado em necessidade, embora cada pedacinho de nós quer se colar um no outro pra nunca mais largar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Daqui a seis meses eu completo 25 anos. O que significa que posso já ter vivido 1/4 de uma vida longa, o que é pouco se olharmos pra todas as partes da fração, mas muito pra eu já me conhecer. O suficiente pra saber que cada dia eu mudo um pouquinho mais e um pouquinho menos. O suficiente pra saber que sonhar com uma gravidez não é pra mim. O suficiente pra saber que é uma possibilidade indesejada. O suficiente pra eu saber que posso um dia acordar com uma vontade louca de procriar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>P.S.: Por favor, povoem este mundo com bebês lindos. Alguém tem que criar seres mágicos por mim</i>.</div>
</div>
Sandy Quintanshttp://www.blogger.com/profile/08741430283623429524noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-101657100342229940.post-30774252578724237432015-07-16T11:47:00.001-03:002015-07-16T11:49:04.118-03:00Insensível - Parte 2<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-uaG1Lyy3bHU/VafD9VFezgI/AAAAAAAAGjY/L55PvvGRGPk/s1600/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="268" src="http://2.bp.blogspot.com/-uaG1Lyy3bHU/VafD9VFezgI/AAAAAAAAGjY/L55PvvGRGPk/s400/large.jpg" width="400" /></a></div>
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Mais uma vez o meu dentista. Desta vez, ele havia me perguntado se eu me retraia muito em resolver os problemas e se superava as coisas rápido. Eu parei de remoer problemas, já faz um tempo. Quando escolhi que queria parar de imaginar como a vida acontecia e passei a querer vivenciar as minhas próprias linhas. E foi assim que comecei a atropelar meus sentimentos. </div>
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Quando paro pra pensar no que se passa aqui dentro, até dói. Dói me encontrar pra observar tão de perto. Não sinto que vivo tudo o que sinto suficiente. E mais uma vez estou aqui me repetindo. Mas é tudo que tem se passado por dentro nestes tempos. Conviver com as pessoas me fez perceber que talvez eu não viva o que sinto apropriadamente. E neste caso, apropriadamente não quer dizer o que é comum para todos, mas como deveria ser sentido por mim. </div>
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Não quero me encontrar daqui algum tempo e perceber em mim um trauma ou algo não resolvido. Quero viver agora, agora, agora. Sem perder tempo com aquilo que é ruim. Reflexos de alguém sofreu demais por pouco e quis sentir tudo o que havia pra sentir de uma só vez. É mesmo melhor sentir dor, a não sentir nada.</div>
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Sandy Quintanshttp://www.blogger.com/profile/08741430283623429524noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-101657100342229940.post-64333528750150950752015-07-08T15:13:00.002-03:002015-07-08T15:13:28.952-03:00Sofrimentos imaginários<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data2.whicdn.com/images/13858517/large.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data2.whicdn.com/images/13858517/large.gif" height="168" width="400" /></a></div>
<br />
Quando somos crianças, a menor das coisas nos faz sofrer. Lembro o quanto eu sentia apenas de imaginar algo que pudesse acontecer. Chegando na adolescência o sofrimento continuou imaginário, mas não pela expectativa, e sim, por coisas ínfimas. É claro que o tempo passou e meu coração ficou calejado e quase nada mais valia o sofrimento. </div>
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<br /></div>
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Nós nos fechamos para o mundo. Por isso que o sofrimento de quem é adulto vem de tão perto. Esses dias eu estava lendo o emocionante "Eu te darei o sol", da Jandy Nelson, que falava justamento disto. O livro conta história dos irmãos gêmeos Noah e Jude e sobre os fatos que romperam os laços entre essas duas almas que foram unidas ainda na barriga. O problema é que a gente não espera que a facada que fará nosso peito sangrar possa vir de quem está com você.</div>
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Eu fiquei pensando nas coisas que me fizeram sofrer nos últimos tempo, depois que entrei na minha oficial fase adulta. Às vezes é bom reencontrar velhos sentimentos pra gente perceber que está vivo. E me dei conta de que é mesmo sempre de perto que vem a o que nos acomete quando nos tornamos adultos. </div>
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É mais difícil, mais complicado, mais dolorido.<br />
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Sandy Quintanshttp://www.blogger.com/profile/08741430283623429524noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-101657100342229940.post-60143513003380782922015-06-11T16:27:00.002-03:002015-06-11T16:27:51.201-03:00Insensível <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data2.whicdn.com/images/162673606/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data2.whicdn.com/images/162673606/large.jpg" height="317" width="400" /></a></div>
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A cada dia que passa eu sinto menos. Ainda consigo me lembrar de um tempo que tudo parecia demais. Que cada passo era como um milhão de pequenas faquinhas sendo colocadas delicadamente em meu corpo. Tudo doía mas que necessário. Decidi que não queria mais sentir assim, que a vida deveria seguir.</div>
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Quando a vontade era gritar, eu silenciava. E se fosse pra chorar, que fosse por dentro. E se fosse pra sentir, que fosse por mim. Apagar, anular, esquecer. E agora já não sinto nas mais. Ou quase. Me guardei em um casulo e parece que me perdi por lá dentro.</div>
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<br /></div>
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E foi aí que comecei a sentir demais por todo mundo. A dor de tanta gente sempre parece maior que a minha. Sou egoísta demais pra ter esquecido de mim, mas talvez eu tenha deixado de lado algumas dores. A vida dos outros é sempre mais interessante e estou sempre achando que aquilo não é comigo e que posso deixar de lado. </div>
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<br /></div>
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Eu tive um instante em que decidi que não deixaria que nada impedisse de viver e fazer as coisas. Foi aí que fui enterrando as coisas e cavando cada vez mais fundo, pra não ter que me deparar mais com aquilo. Tenho medo de ter perdido a capacidade de sofrer. De ter medo. Eu não sei se vale a pena ser tão forte, porque às vezes estamos apenas escondendo uma fraqueza e não vencendo-a.</div>
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Ou pode ser que apenas esteja tudo pairando, pronto pra me pegar desprevenida. </div>
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Sandy Quintans</div>
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Sandy Quintanshttp://www.blogger.com/profile/08741430283623429524noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-101657100342229940.post-2140099172923638542015-05-17T22:25:00.002-03:002016-08-01T09:07:30.297-03:00Farewell<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data3.whicdn.com/images/139442459/large.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="224" src="https://data3.whicdn.com/images/139442459/large.gif" width="400" /></a></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit;">É, eu sei, alguns laços se romperam e talvez não possam mais ser consertados. Pode ser que seja tarde demais. Ou apenas que não vale mais a pena lutar. Passei tempo demais pensando sobre isso, o passado, o que éramos e o que nos tornamos. Nada.</span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Passei tempo demais pra perceber que as coisas que me chateavam há anos atrás são as mesmas que ainda me deixam triste agora. Com a diferença que grande parte de mim se transformou, que fiquei a cada dia mais próximo de ser mulher e quase nada de ser menina. Foi aí que manter as coisas que eu fazia antes deixou de fazer sentido. Parece que tudo mudou pra mim, mas não pra você.</span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit;">As coisas que faziam parte do que manteve nossa relação ser tão divertida já não me divertem mais. Na verdade, passaram a me deprimir, como pouca manteiga pra uma banda de pão muito grande. Há um universo que não consigo mais fazer parte, que não posso mais reconstruir porque esse tempo já passou. Passei pra próxima página deste livro, há um novo capítulo começando, um novo eu transformando.</span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Gostaria de trazê-la pra essa nova vida, mas cada vez mais a vejo menor, como alguém que ficou parado enquanto a gente se distancia, enquanto a gente se despede. Talvez seja uma boa hora pra dizer adeus, talvez seja uma boa hora pra me alcançar.</span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit;">Sandy Quintans</span></div>
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Sandy Quintanshttp://www.blogger.com/profile/08741430283623429524noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-101657100342229940.post-6388513495066121992015-04-27T21:50:00.002-03:002015-04-27T21:51:18.218-03:00Paixão Platônica<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-Y1WShBlrgGQ/VT7ZR-agCZI/AAAAAAAAGdw/ucSnxdQSnT0/s1600/686433209cb68fbe263288ac65d629ed.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-Y1WShBlrgGQ/VT7ZR-agCZI/AAAAAAAAGdw/ucSnxdQSnT0/s1600/686433209cb68fbe263288ac65d629ed.jpg" height="196" width="400" /></a></div>
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Esses dias eu parei pra ler Anexos, o livro da Rainbow Rowell, que me fez pensar muito na minha adolescência. Além de ser muito engraçado, ele falava de um cara que trabalhava em um jornal, lendo emails dos funcionários. Até que um dia ele se apaixonada por uma moça que conversava por email com a sua amiga todos os dias. Ele se perde de amor só de ler as conversas dela. Daí ele começa a imaginar como tudo seria se aquilo se tornasse real. </div>
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<br /></div>
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É bem provável que eu seja a rainha das paixões platônicas. Adorava fantasiar uma vida completa com qualquer carinha que eu achasse interessante. Eu arrumava paixões platônicas em cada lugar que ia, na escola, no ponto de ônibus, na igreja, no supermercado. Passava meses tentando encontrar determinada pessoa nos horários que vi pela primeira vez, podia ser só pra olhar, pra alimentar minha imaginação, pra tentar sentir o cheiro. </div>
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<br /></div>
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O que mais me fazia amar esses meus relacionamentos <strike>de um lado só</strike> é que tudo era do jeito que eu queria. Poderia inventar diálogos inteiros de como nós nos conheceríamos, como seria o nosso namoro, em que lugares iríamos. Tava tudo ali prontinho na minha cabeça, até o dia que eu terminasse o relacionamento e partisse pra próxima paixão. Passei anos assim. </div>
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(Mais uma vez, obrigada Rainbow Rowell por escrever livros tão deliciosos e me lembrar como é ser adolescente)</div>
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Sandy Quintans</div>
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Sandy Quintanshttp://www.blogger.com/profile/08741430283623429524noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-101657100342229940.post-76546849599813604932015-03-12T19:49:00.000-03:002015-03-12T19:49:12.706-03:00Vida temporária<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-VDXMm6Y95yQ/VQIX2IjFF9I/AAAAAAAAGUw/oWr7pd0gLXA/s1600/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-VDXMm6Y95yQ/VQIX2IjFF9I/AAAAAAAAGUw/oWr7pd0gLXA/s1600/large.jpg" height="266" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
"<i>Life is what happens to you / While you're busy making other plans</i>"*, disse John Lennon. E eu não poderia ser mais clichê na escolha de uma citação. Mas foi exatamente o que veio em minha mente no momento em que comecei a pensar no que estava fazendo, enquanto estava no caminho de volta pra casa. Foi então que percebi que tomei as circunstâncias da minha vida em algo temporário. Em algo que acontece antes da vida, do grande plano, do grande futuro. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Deixei que a vida corresse seu curso naturalmente porque estava mais interessada na chegada até a margem. Permiti que meus meses fossem tomados por planos nenhum porque viver o agora não era bem o meu objetivo. Isso está errado. </div>
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<br /></div>
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Parar pra pensar nisto me levou a entender que a vida está acontecendo agora, o tempo todo, diante dos meus olhos, passando despercebida. O tempo todo tem vida sendo vivida e não estou presente pra registrar. Não estou aqui pra me importar. E se o grande plano der errado? Vou viver esperando a vida acontecer? Acho que não. </div>
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<br /></div>
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Sandy Quintans</div>
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<br /></div>
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<span style="font-size: x-small;">*Trecho da música "Beutiful Boy", que faz parte do álbum Double Fantasy, lançado em 1980 por John e Yoko. Pode ser traduzido como: "<i>A vida é aquilo que acontece enquanto você está fazendo outros planos</i>"</span></div>
Sandy Quintanshttp://www.blogger.com/profile/08741430283623429524noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-101657100342229940.post-20659931529049765992015-03-06T17:11:00.002-03:002015-03-06T17:11:27.089-03:00O pote do final do arco-íris <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data3.whicdn.com/images/158562644/large.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data3.whicdn.com/images/158562644/large.gif" height="280" width="400" /></a></div>
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<br /></div>
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Minha vida não me preparou para o que acontecia depois da faculdade. Na verdade, a de ninguém. Aprendi isso em Girls e nunca me senti tão parte desse clube como antes. E não sei dizer se é algo bom, vejo mais como uma constatação. </div>
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<br /></div>
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Em meus anos pré-faculdade me imaginava dentro daquele universo acadêmico, realizando descobertas, modificando meu modo de ver as coisas. Tudo isso aconteceu, mas a gente sempre acredita que quando todas aquelas realizações terminassem, haveria uma revelação ali no final do arco-íris, como um pote de ouro.</div>
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<br /></div>
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Conquistei meu diploma, cheguei ao fim da linha e não sei o que fazer com isso. O problema é que a gente imagina todo o processo de ingressar na faculdade e que por mais interminável que ela pareça, ela vai ter fim. Aos poucos eu fui me inserindo em minha área de atuação, em conta gotas e quando percebi já estava lá. Não no tal destino dos sonhos, mas em algum lugar que poderia me levar a isso, em algum lugar que poderia proporcionar aquela revelação.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Que fase estranha essa, de não ter que frequentar aulas, nem se preocupar com trabalhos e provas, em como conciliar tudo isso com a sua vida. Estranha porque não sinto falta, pelo menos por enquanto. Estranha porque estou feliz com meu tempo livre, que até agora não se concretizou como “livre”, já que ele tá sempre ocupado. Estranha porque eu gosto do agora, mesmo sem saber o que ele significa. </div>
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<br /></div>
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Eu não sei o que será da minha vida nos próximos meses, mas já consigo imaginar em anos, em futuros. Mesmo sendo planos estranhos, mesmo sendo dias estranhos. </div>
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Sandy Quintans</div>
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<br /></div>
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Sandy Quintanshttp://www.blogger.com/profile/08741430283623429524noreply@blogger.com0