domingo, 26 de setembro de 2010

Sobre orgulho, sobre preconceito.


Não, eu não vou falar sobre aquela obra fantástica de Jane Austen apesar de se encaixar perfeitamente ao contexto. Mas é incrível a quantidade de preconceitos desnecessários que tecemos ao longo da vida, e do quanto nos tornamos orgulhosos em admitir isso diante de um equívoco. Porque preconceito assim como o próprio nome já diz é algo que a gente antecipa em ter antes mesmo de descobrir sobre o que se trata.
Eu me pergunto de que vale afinal os preconceitos, e até mesmo certos momentos de orgulho se não forem para serem quebrados? Talvez o mundo se esqueça disso. Eu confesso ter me tornado expert em descobrir coisas que antes não em agradavam, e ás vezes por algo ou por alguém tu se desprende de antigos preconceitos. Ás vezes apenas pelo tempo.
Eu não alimento orgulho. E claro, certos orgulhos são naturais, podem te valorizar diante de você mesmo. Mas eu penso que grande parte de certo crédito que damos ao orgulho pode ser um tanto doloroso e desnecessário tendo em vista que provavelmente tu vai ter abrir mão desse orgulho. E o mesmo faço com preconceito. Não sei se é por ter mente aberta ou por gostar de aceitar as coisas como são.
Eu já disse um milhão de coisas das quais não acredito, e eu já fiz um milhão de coisas que em alguma vez na vida eu já disse que não faria. Acho que mais importante do que quebrar qualquer preconceito teu perante a sociedade, é aprender a quebrar teus preconceitos diante de você mesmo. Sempre vai haver algo do qual tem preconceito com você mesmo. Nada como uma boa mudança de dentro pra fora. Isso facilita tanto se relacionar bem com próximos desafios que pode surgir.
Eu, que gosto do preto e branco, das cores e da ausência delas. Que tanto ouço de tudo um pouco. E que sou muito melhor assim. Sem orgulhos e sem preconceitos.

"– O orgulho – observou Mary, que se vangloriava da solidez de suas reflexões – é um defeito muito comum, creio eu. Depois de tudo o que li, estou deveras convencida de que é comum, que a natureza humana manifesta uma tendência bastante acentuada para o orgulho, e que são raros aqueles entre nós que não nutrem um sentimento de condescendência própria baseado em uma ou outra qualidade, real ou imaginária. Vaidade e orgulho são coisas diferentes, embora as palavras sejam frequentemente usadas como sinônimos. Pode-se sentir orgulho sem ser vaidoso. O orgulho diz respeito mais à opinião que temos de nós próprios, enquanto, a vaidade, ao que pretendemos que os outros pensem de nós."
Jane Austen em Orgulho e Preconceito 
Sandy Quintans

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Reflexões eternas.


Ás vezes eu me pergunto pelo que serei lembrada.  Talvez todo mundo um dia acaba se perguntando. Eu sei que temos sempre uma característica predominante ou talvez até várias, mas de fato eu não sei qual é a minha. E pra ser sincera eu não me preocupo em saber. Pode ser que eu seja lembrada como alguém que acredita e que goste de escrever sobre o Amor.
Eu percebo que a humanidade é diferente. É cada um na sua, bem cada um por si. Eu não culpo nada nem ninguém por isso, é só a selva. Talvez tu seja alguém que o mundo promete não te esquecer, mas uma hora, mais cedo ou mais tarde teu todo pode virar um caco. Será que tu será lembrado? Pode ser que eu seja lembrada como alguém antissocial.
'Impossível de esquecer, mas difícil de lembrar'
Não somos os mesmos pra nós e para o mundo. Acho que de algum forma sempre nos veremos diferentes do que realmente somos. E não sei te dizer se acabo sendo o que o espelho diz ou o que está diante dele. De qualquer forma não vai valer a pena tentar se decifrar tanto quando tu não saberá se auto descrever. Pode ser que eu seja lembrada como alguém que foi desencanada diante da vida.
Mas eu sei que de algum modo eu nunca fiz nada significativo para a humanidade. Talvez eu tenha sido significativa pra alguns. Talvez eu nem tenha sido notada pela maioria. E talvez tenha brilhado demais á alguns. Pode ser que eu seja lembrada pela personalidade.
Pode ser que eu seja lembrada como alguém que desejou que diferença nem se quer fosse tema ou assunto. Não seria o máximo ser reconhecido pelo que se é ao invés de alguma diferença que tu tenha perante os comuns?
Talvez, no fim das contas, que eu nem se quer seja lembrada. Ou talvez como alguém que queria muitas coisas que não podem existir.

Sandy Quintans

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Passado.


A: Por que você sumiu?
B: Porque eu tenho outro alguém agora.
A: Que bom, eu também tenho.
B: Eu sei.
A: E então? Por que sumiu?
B: Já te disse eu tenho outro alguém. Acho que você deveria parar de me encher.
A: Tu some porque tem outro alguém. Eu já tinha meu alguém e nem por isso sumi.
B: Você é diferente de mim.
A: Eu sei bem disso, melhor do que você.
B: Você que vem me encher e ainda vem brigar comigo?
A: É isso que eu não entendo.
B: Não entende o que?
A: O por que que duas pessoas adultas não podem se dar bem depois de tudo.
B: Houve uma razão pra que tudo terminasse lembra?
A: Sim. Mas também houve uma história, e um monte de coisas que aprendemos um com o outro.
B: E que agora é passado.
A: É sempre passado né? É disso que as pessoas gostam de falar.
B: Passado existe pra ser deixado pra trás.
A: Ou pra que a gente aprenda um monte de coisas.
B: Ou não.
A: Eu não queria deixar ninguém pra trás.
B: Eu já te disse que tenho outro alguém.
A: Não é disso que eu falo. Eu também tenho outro alguém. Outro alguém que eu Amo.
B: Então por que insiste que eu não suma?
A: Porque antes de qualquer coisa tu era meu amigo.
B: Eu era.
A: E no fim eu acabei sem o amigo e sem o amor.
B: Nossas vidas seguiram.
A: Um sem o outro. É hipocrisia isso?
B: Não é hipocrisia. É vida.

Sandy Quintans
"And in the end, The love you take
Is equal to The love you make"

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Romance.


Eu não sou de me encanar com as coisas. Nem de remoer nada. Romântica incurável, daquelas que não resiste a belas palavras de Amor (sim, Amor!). Daquelas que gosta de ver o mocinho sofrer enquanto a mocinha chora. Fui cautelosa quanto a isso á mim mesma. Deixei com que a ficção permanecesse na ficção, embora isso me fosse prazeroso, para que eu me sentisse á vontade para definir meu próprio romance. E escrever minhas linhas com as minhas próprias palavras.
Eu vi todo mundo puxar seus próprios cabelos pela miníma das coisas e em seguida afundar sua própria cabeça em um balde de água a troco de nada. Por alegarem Amor não correspondido. Mas que bela injustiça achar que o primeiro alguém pra amar que tu encontrou na esquina, ou ali naquele bar não fosse o teu romance. Eu não entendi por muito tempo tudo isso e agora que percebo não compartilho dessas ideias. Eu vi que me olhava e provavelmente poderia até estranhar, mas por que eu deveria me encaixar a tudo isso quando poderia ser do jeito que me fosse confortável ser?
O meu inicial desinteresse por um romance foi o que tornou a minha valorização ao sentimento. Foi por perceber que deveria ser único e que buscar o Amor não era bem pra ser uma busca, e sim um achado. Uma daquelas coisas que tu não sabe aonde encontrar, por isso só te resta observar. Só te resta plantar.
Ah! Eu me dei tantos motivos pra não chegar lá que me espanta saber que um dia eu percebi que não havia mais motivos pra negar. Nenhum contra poderia ser dito. A vida me oferecia ali, de mãos estendidas o que eu havia selecionado tão criteriosamente ao ideal: O romance. E então eu percebi que era assim que sempre deveria ser.
 
Sandy Quintans

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Os mesmos erros outra vez.


Eu fiquei me perguntando por esses dias até que ponto devemos ir pra se sentir bem consigo mesmo. Até que ponto é necessário se convencer tanto do oposto da realidade, só pra ter uma boa noite de sono. É fato que com o tempo a gente acaba acreditando em nossas próprias mentiras, e que certas realidades acabam se distorcendo. E nem todo mundo vai acreditar nisso.
Talvez alguns erros não necessitem de justificativas, talvez nenhum erro necessite. Porque nos justificar que certas coisas que aconteceram não vai deixar com que elas sejam apagadas. Tenho total capacidade de aceitar e gostar de qualquer realidade a não ser que seja o pior. Não sou de martirizar pela maior das coisas muito menos pela menor. Que dera o mundo pensasse assim. Gira mundo, e dê muitas voltas.
Certas coisas nascem com a gente, e não podem ser mudadas. Eu não desejei transformar o imutável, até porque isso me parece estupidez. Certos laços não podem ser mudados eu aceitei melhor isso do que o mundo. Certas coisas devem morrer com a gente até o fim. E esse não é o fardo da tua vida, muito menos o carma. É o suporte. Suporte ás tuas quedas e tuas besteiras e a tudo que pode não ter sido bom á você. Não se pode negar o que deveria ser, talvez seja por isso que certas coisas não me passam a cabeça.
Eu não quero ouvir erros ou justificativas. Saber das verdades me basta. Pois eu aprendi que qualquer erro que você cometa a mim poderia ser evitado por ambos.

Sandy Quintans