terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Eu e o Machismo.

Dizem para as mocinhas que deve-se sentar de pernas cruzadas ou fechadas para que não se olhe o que não deve. Por entre as frestas. Não devem falar palavrão, é vulgar. Muito menos bater um papo com a boca cheia, seria rude. E as boas mães dizem:
"Boa esposa deverá ser"
 Boas mães. Talvez não seja mais assim, ou pelo menos não tão diretamente. Mas tá aí encaixado nas entrelinhas da sociedade. Já parou pra pensar porque a maioria das mulheres que passaram a concorrer o mercado de trabalho como qualquer homem possui jornada dupla? Trabalha dentro e fora de casa. Traz dinheiro e a roupa lavada.  Já parou pra pensar porque os homens acreditam que as mulheres não merecem respeito porque estão vestidas com uma roupa curta? Se acham no direito de gritar aos quatro cantos coisas do tipo "gostosa". Os homens se acham no direito de olhar pra bunda de qualquer mulher que passar na frente. Mulher na rua é objeto.
Eu e o machismo temos uma longa jornada de discórdia. Porque é muito fácil falar que uma mulher é estuprada porque causou isso vestindo um roupa curta. Fácil porque nada é feio pra um homem, é tudo bem fácil. É muito confortável encher a boca pra criticar uma mulher quando se pode fazer tudo. Porque homens acreditam que podem ditar regras. Ainda. Se o cara fica com muitas mulheres é "pegador", agora se for mulher é "galinha". Mulher é gente como todo mundo, com pai, mãe, família e amigos e merece respeito igualzinho você que acha que tem um deus no meio das pernas.
Devagar a sociedade vai mudando. Os homens se tocando. Mas de vez ou outra a gente se depara com certos comentários que me desperta. Me desperta em defesa do meu sexo que já deixou de ser frágil porque entendeu que os dois sexos saíram do mesmo buraco. É, esse mesmo.

"Os homens distinguem-se pelo que fazem, as mulheres pelo que levam os homens a fazer."
 Carlos Drummond de Andrade

Sandy Quintans

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