quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O medo do mundo.


Ela passou a sentir medo do mundo. É triste pensar que quando somos inocentes não sentimos tantos medos. Pelo menos não medos reais. De repente ela observa as pessoas e percebe o quanto estão se vendendo por tão pouco. Tem medo que as pessoas passem a se comerem por dinheiro. Embora elas já se comam.
Algumas pessoas se questionam o por quê dela sempre procurar fazer o correto, ao invés de fazer o mais fácil. Ela sabe que ninguém é perfeito e que nem sempre dá pra fazer o que é certo mas pensou:
"As pessoas gostam tanto de facilidade que me fazem parecer Madre Tereza de Calcutá, e isso estou bem longe de ser."
Talvez possa parecer exagero alguém se espantar tanto assim com as pessoas. Mas acontece que ao passar dos anos ela percebeu que a grande maioria das pessoas não fazem nada realmente produtivo se for em troca de alguma coisa. Parece que a última moda que pegou foi pensar em si mesmo. O engraçado é que uma vez ela escutou alguém dizer que quando nós humanos passamos a viver em sociedade, abrimos mão da nossa individualidade. Talvez por isso pareça que não está dando muito certo.
Agora, quando ela se senta no ônibus tem de desconfiar até dos confiáveis. Tem de ter medo da pessoa próxima, não sabe bem aonde se sentar. Quando anda na rua não pode nunca ser distraída. E quando um político lhe prometer algo ela já sabe que não deve acreditar. Apesar de não saber muito em que acreditar ela sabe que antes de confiar ela vai ter de desconfiar bastante. E é por isso que ainda sente medo pelas pessoas e das pessoas.

Sandy Quintans

Um comentário:

  1. Achei seu blog, meio por accaso e me tornei fã logo de cara... Parabéns.. ótimos textos.
    Att,
    Cleide Martins

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