sexta-feira, 5 de abril de 2013

Dear Charlie,

Uma carta para Charlie.
Dear Charlie,

Gostaria que soubesse que recebi suas cartas, conheci sua história e acompanhei. É uma pena que eu não saiba quem você é, apesar de conhecê-lo intimamente. Eu torci por você a cada nova etapa. E mais do que isso, você me ajudou. Me ajudou a compreender que coisas ruins acontecem com todos nós, mas nem por isso devemos nos deixar abater. De que não precisamos nos tornar uma história triste. E que mesmo quando não sentimos vontade ou não temos forças para nos levantar, devemos lutar. Pois a vida nunca para.
Nunca sabemos em que momento um raio irá partir ao meio os nossos corações, mas isso não significa de que nossas vidas têm de acabar. Ou quando teremos um ataque de fúria para defender alguém que amamos. Há sempre espaço para reconstruir. 
Penso que se todos que tivessem passado por traumas de infância ou que se sentisse depressivo reagisse como você, nosso mundo não seria tão infeliz. Eu acredito do fundo do meu coração, que você ajudou pessoas a recomeçarem e a se aceitarem como invisíveis. É bem verdade que por causa do tempo, eu já havia passado pela fase de aceitar a minha invisibilidade. E sua história me deu a certeza de que fiz as escolhas certas em relação a minha personalidade introspectiva.
Agora, sempre que passo por um túnel, tento imaginar por quais túneis tem passado. Gostaria de saber por quais caminhos andou e o que aprendeu. Se com 16 anos você nos ensinou grandes lições sem se dar conta, imagine depois de viver muito mais. Em minha imaginação, gosto de acreditar que ficou com a Sam depois da faculdade e quem sabe até viajaram o mundo atrás de Patrick. É difícil acreditar por completo, já que perdemos boa parte dos amigos que marcaram nossa adolescência. Prefiro acreditar que a sua história foi diferente, e que de fato vocês eram infinitos. 

Love always,
Sandy.

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