Passo dia cercada por dezenas de seres humanos. Muitos nunca me viram. Outros existem apenas em minha mente. E uma grande parcela convive comigo. E no entanto passo a maior parte do meu dia me sentido só e incompreendida. Sempre me pergunto quantos realmente me conhecem. E quantos realmente me ajudaria em um momento difícil.
Vejo todos sendo solidários uns aos outros. E passo muito tempo questionando porque nunca senti essa tamanha solidariedade comigo. Talvez porque não acreditam que eu necessite. E talvez porque nunca realmente precisei. E talvez porque eu seja um ser isolado. Hipóteses não faltam. Eu criei o muro de Berlim em minha volta. Às vezes é confortante e outras é desesperador.
Por mais que as escolhas fossem minhas, assim como qualquer outro ser humano, eu sinto vontade de ter amigos para conversar sobre música, filmes e livros. Falar de coisas que são realmente interessantes pra mim e não me sentir excluída de um assunto. De que me vale todas essas experiências que se passam dentro de mim se não forem para ser compartilhadas?
Me sinto negligenciada pela vida por ter me tornado quem sou pra ter de guardar tudo de volta no mesmo lugar. E esse é apenas um dos desabafos que se tornaram clássicos em minha vida e que nunca me levaram a canto algum.
Sandy Quintans
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