quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

O bom filho a casa torna


Eu criei esse blog há alguns anos e como eu disse aqui outro dia, ele me mostrou a minha paixão pela escrita e traçou meus caminhos pelos jornalismo. Passei parte da minha adolescência escrevendo aqui e a toda a minha breve vida adulta compartilhando a minha melhor forma de expressão. Sabe, não é muito tempo, mas é tempo suficiente pra eu saber que já não sou mais aquela garotinha que sofria de amor que começou a escrever em um blog. Tempo suficiente pra saber que aquela menina já não existe mais.  

Pra seguir minha paixão pela escrita eu tive de parar de escrever textos tão pessoais quanto aqueles que me ensinaram que essa poderia ser minha forma de ganhar o pão. Por mais que aos poucos eu passei a abandonar este lado, sempre quis manter o meu toque pessoal nos textos que escrevo. Mas tenho medo, tenho medo de ter esquecido quem realmente eu sou. Sinto, a cada dia mais, de que eu parei de olhar pra dentro, de que quase não tenho tempo mais pra saber quem eu sou. 

Trabalhar incessantemente nunca foi uma aspiração minha, embora a minha profissão exija e eu de fato acabo passando tempo demais pensando nas coisas que tenho de resolver do que no instante em que estou vivendo. Não penso mais em dor, meus sonhos são cercados de realidade e já quase não escrevo sobre meus sentimentos. 

Estou prestes a completar um ciclo na minha vida e, sem dúvida, está na hora de eu voltar a olhar pra dentro mais um pouco. Talvez até recuperar um pouco da minha essência e mesclar com o eu de agora. 

Minha mente expandiu demais além de mim e sinto saudades imensas do que eu fui, mesmo que agora seja um alguém melhor. Continuo a me sentir desenquadrada com a vida e sem querer ser o que todo mundo é. Mas eu pertenço a um lugar. Pertenço a um amor. Pertenço a um coração. Pertenço a uma casa. 

É bom estar de volta, mesmo que já não reconheça alguns cômodos desta casa.

Sandy Quintans

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