Estou em uma daquelas semanas que se passam como nos filmes românticos. Bem na hora em que o mocinho (ou a mocinha) é largado, começa aparecer dezenas de casais desfilando na frente do pobre coitado que está passando pela maior fossa. Além de ter que lidar com o amor não correspondido, ainda tem mais essa. E o pior é que com os problemas é igualzinho. Quando você os descobre, parece que tudo o que acontece é apenas para esfregar a realidade na sua cara. Como se nossos problemas já não fossem o suficientes.
Não, eu não fui largada. Pra ser sincera, a parte romântica da minha vida vai muito bem, obrigada. O problema não é esse. A questão é que depois que decidi que queria ir embora, tudo o que eu penso é em ir embora. Ainda que esse seja um plano a médio prazo. Esse é o problema. A gente passa um tempão sem saber qual é a decisão que precisamos tomar. E quando tomamos, queremos que tudo se resolva o quanto antes. Eu saí mesmo muito a minha mãe.
Nunca me considerei alguém que fugisse dos problemas, mas hoje eu pensei: "não quero mais". Pode chorar? Pode correr? Pode se esconder? Que vontade de ser criança. Que vontade de não ter que lidar. Mas ai quando nos passam o formulário para ser adulto, nos quadradinhos essa opção não existe e lá vem o tapa na cara. Quando somos adultos, temos que nos esconder no banheiro do trabalho pra ninguém descobrir. E depois ficar incrivelmente sorridente pra ninguém desconfiar. Não quero lidar.
Você já passou por aquele problema uma dezena de vezes, mas ele sempre volta, igual a conta de energia elétrica. Você manda uma faísca, e eles te devolvem um rojão. Você não é a única culpada pela problemas do mundo, mas eles colocam isso nos seus ombros, igualzinho se faz com mochila pesada. Te tratam como se o interesse fosse seu em pagar, mas na verdade o interesse é deles em receber.
Está mesmo tudo trocado, e eu não quero lidar.
Vou tentar parar de falar em código. Basta saber que eu não quero mais ter lidar.
Sandy Quintans
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