Sem saco. Sem tempo. Sem paciência. Isso resume bem como estou.
Quando chega Novembro já começo a sentir o peso do ano. Começo pensar nos balanços. Nas compreensões. Nos tédios. No quanto você tentou se encaixar e não conseguiu. No quanto você tentou o melhor e não deu. No quanto você cansou de não ser compreendida. No quanto você permite a má interpretação de si mesma.
Talvez, você não entenda, mas sou uma desencaixada. Posso me identificar com você, mas não seremos mais tão parecidos depois de muita conversa. Todo mundo é interessante no começo. Difícil é aceitar o por dentro, aquele que vem com o tempo. Podemos gostar do parecido, mas não do mesmo.
Não vou aos lugares que você frequenta, porque não gosto. Quando me perguntar o que fiz no fim de semana, vai me olhar com cara de pena, enquanto eu estarei me sentindo muito bem com ele. Não escuto suas bandas. Não gosto de telefone. Troco qualquer trabalho duro pra evitar uma ligação. Quase uma fobia. Me peça uma carta, é melhor. Não assisto aos seus filmes. Gosto do meu quarto, da minha cama. Gosto de ficar quietinha no canto, sem falar muito. Inventar uma conversa me chateia.
Quando chega Novembro eu já estou cansada demais de tentar me encaixar durante o ano todo. De fingir que tudo bem você não me entender. De não receber uma dose de lambuja na hora do erro. De te enxergar, de te entender, de te ver encaixado. Sem reciprocidade. De se esforçar pelo melhor.
Você não entende. Mas eu sou assim.
Sandy Quintans
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