Um dia, a vida me levou a ter voz, eu não sei por quê. Tem muita gente tímida que continua até o fim, e por mais quieta que eu ainda seja eu já quase não encontro nada de mim. Deixei as pessoas baterem na porta e até entrarem. Eu aprendi a gostar das companhias, mas não aprendi a gostar das descobertas. Ás vezes me dá uma vontade de voltar pra dentro, igual se faz a tartaruga. Mas pro meu azar não sou tartaruga, sou gente.
O que me incomoda de verdade é que quanto mais eu vivo, menos eu acredito, menos eu consigo. Vou descobrindo problemas que antes estava solto, e que agora eu descubro, e que agora me descobriu. Me sinto impotente, e ás vezes insuficiente. Minha voz é cada vez mais ácida, ás vezes me assusta. Não quero mais sentir medo do mundo e nem de mim. Eu não quero desconfiar, quero acreditar.
"Sinto impulsos covardes, assustadiços e escapistas de voltar. Também porque sinto saudade, muita, de tudo. Mas sei que não devo"
Caio Fernando Abreu
Sandy Quintans
Ultimamente tenho me lembrado que na minha infância eu não era das crianças mais desinibidas e cheia de amizades. E tenho descoberto que eu também era mais feliz assim. Felizmente tenho conseguido voltar, aos poucos, a ser o que era antes, mas de um jeito meio ranzinza de ser.
ResponderExcluirAcho que se alguma coisa está no incomodando o jeito é mesmo forçar pra tudo ficar de um jeito que a gente goste. Ainda mais se tratando da gente mesmo.
eu vivi o inverso... quando eu era criança era uma pimentinha, muito bem comportada, mas uma pimenta, falava tudo que me dava na telha, debatia com tudo e todos hoje ao me tornar adulta sou tímida e muito observadora, sinto muito saudade deo meu eu falastrão e debatedor, mas não sei onde eu me perdi!!!
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