Menina.

Sei que é difícil se fazer me compreender. Não sou fácil. Adoraria ser descomplicada, por isso adoro as coisas simples, simples é bom. Sou assim mesmo, sonhadora, muito menina e pouca mulher. Mas isso não quer dizer que tenha escolhido ser assim, mas também não me oponho.

Por ser assim cultivei o amor sincero, talvez inexperiente, mas em nenhum momento não foi verdadeiro. Ele é tão grande e tão lindo, não poderia ter sido diferente, em relação á maneira como eu vejo tudo. Tive o sonho mais belo, o mais verdadeiro e mais intenso de todos. Nada foi tão lindo. Me fez querer ser melhor, e por isso me senti tão mínima. Foi tão inocente e espontâneo, como deveria ser.

Não é porque sou menina, que também não seja mulher. Não é porque eu sou como sou, que não posso sentir o que sinto. Não é porque preservo minha inocência, que não tenha o direito de ser levada á sério. Eu mereço isso.

Ser como eu sou, não quer dizer que eu não enxergue o mundo torto em que vivo, os erros que cometemos, que não veja as coisas como são. E ainda assim há tanto que aprender, há tanto o que fazer. Ser como eu sou, só quer dizer que eu queira encarar as coisas de maneira diferente, que não vou querer fingir que não aconteceu quando aconteceu. E que eu não vou desistir de tudo, quando todos o faz. E que não vou fugir do que sinto, muito menos do que é verdadeiro.

Sendo menina assim, eu sei o quero, sei o que preciso, sei o que amo. Posso não saber tudo, mas isso basta pra saber que seria bom e verdadeiro.

Sandy Quintans